A descoberta de que as secas na África ocorrem em ciclos acena com uma nova tragédia daqui a duas décadas
Um dos maiores desafios dos cientistas é conseguir dados confiáveis sobre o clima do passado da Terra. Grande parte das projeções feitas para períodos anteriores a 100 anos provoca muitas controvérsias, como se vê nas críticas ao IPCC, o painel climático da ONU que tenta prever as consequências do aquecimento global. Uma nova pesquisa americana dá uma valiosa contribuição ao conhecimento do clima através dos séculos. Ela descreve a ocorrência das grandes secas que assolaram a África Subsaariana nos últimos três milênios.
A conclusão é que elas ocorrem entre períodos que variam de trinta a 65 anos. Algumas, porém, chegaram a durar séculos, como a que se abateu sobre o continente entre 1400 e 1750. A pesquisa, teoricamente, vai ajudar governos e organizações humanitárias a planejar o combate a novas secas numa das regiões mais pobres do mundo, na qual milhões de famílias vivem com menos de 3 reais por dia. O trabalho é o primeiro a traçar um histórico climático tão detalhado dessa região da África.
No estudo, que levou três anos, pesquisadores das universidades do Texas e do Arizona recolheram amostras de lama de vários estratos geológicos do Lago Bosumtwi, em Gana, situado em meio a uma floresta tropical. Ao longo dos séculos, o lago se formou e desapareceu alternadamente. Ao analisarem as amostras, retiradas de várias camadas de solo, os cientistas constataram que algumas tinham mais material orgânico, o que indica períodos de seca. Dessa forma, puderam estimar as variações do clima na região. Se o ciclo descoberto pela pesquisa for mantido, a próxima grande seca na África deverá ocorrer por volta de 2030.
No estudo, que levou três anos, pesquisadores das universidades do Texas e do Arizona recolheram amostras de lama de vários estratos geológicos do Lago Bosumtwi, em Gana, situado em meio a uma floresta tropical. Ao longo dos séculos, o lago se formou e desapareceu alternadamente. Ao analisarem as amostras, retiradas de várias camadas de solo, os cientistas constataram que algumas tinham mais material orgânico, o que indica períodos de seca. Dessa forma, puderam estimar as variações do clima na região. Se o ciclo descoberto pela pesquisa for mantido, a próxima grande seca na África deverá ocorrer por volta de 2030.
Os pesquisadores avaliam que, se as previsões sobre o aquecimento global se confirmarem, ela será mais devastadora do que nunca. "Por causa de uma série de fatores, e um deles é o aquecimento global, não conseguimos predizer a extensão do próximo período de seca, mas sabemos que ela será muito mais severa que as anteriores", disse a VEJA Jonathan Overpeck, da Universidade do Arizona, um dos chefes da equipe de pesquisa. As secas na África Subsaariana são particularmente catastróficas porque as populações locais vivem da agricultura de subsistência – qualquer variação climática, mesmo um pequeno atraso nos períodos de chuva, significa fome na certa.
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/conteudo_466673.shtml
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